O novo livro de Bridget Jones: Louca pelo garoto.
Terminei de lê-lo no início desse mês. E notei que uma coisa estava fervilhando na minha cabeça.
Primeiramente, os acontecimentos que todo mundo sabe mesmo antes de ler estão no topo das minhas discussões internas.
Todavia, Helen Fielding consegue fazer um livro inteiro nesse universo aparentemente obscuro e infeliz sem Mark. Esse novo mundo é na verdade a realidade de pessoas comuns sobrevivendo sem maridos e esposas, nada mais normal no mundo: perdas emocionais.
Confesso que estava relutante em lê-lo, mas as primeiras páginas te faz entrar na mente da nossa heroína desconfigurada ( ou será, configurada à nossa atualidade?) que segue a vida.
Irrita-me ouvir as pessoas dizendo ou pior escrevendo que Bridget retorna ao seu Diário. Não! Ela nunca se separou dele, a autora nos trás apenas a perspectiva do tempo que ela deseja mostrar: Bridget quatro e cinco anos após a morte do esposo. Sinceramente, não seria muito indicado passar uma mulher com dois filhos pequenos, viúva de um cara mais que perfeito e totalmente depressiva. Onde estaria a graça e irônia, divertimento e esperança numa história dessa???? O estilo alegre, controlador de peso e opinião alheia, busca de um parceiro e grandes dilemas atuais são o marco da personagem. Com uma narração fúnebre nada poderia deixar isso alegre a saltitante.
Encerrando o primeiro tema, eis minha opinião: H. F. optou por matar o Mr. Darcy para dar seguimento a sua
história, entretanto esse viés que a história segue soa pra mim como uma maneira um tanto quanto fácil para o enredo (não repercussão), só com a morte de companheiro que Bridget se vê obrigada a adentrar ao mundo cotidiano dos solteiros novamente. H. F. poderia ter deixado Mark viver? Creio que sim, mas a história teria que ser mais elaborada para fazer-nos sentir que continuaria sendo Bridget, aquelas mesmas nota notas no diário de 18 anos atrás. Na cabeça da autora, a morte faz sentido. Que graça teria ver um casal de 50 anos de classe média alta criando os filhos numa vida monótona? PS: Aposto que com Bridget isso poderia ser muito engraçado, mas a ideia te convence? Pense sobre isso....
Segundo Tema: O GAROTÃO DE 30 ANOS!!!!! (que é 10 anos mais velho que eu.....)
Achei muito legal o envolvimento deles, o garotão a propósito se chama Roxster que Bridget conhece pelo twitter e que sua nova amiga Thalitha também conhece. Basicamente ele é sexy, engraçado, jovem, bonito, com uma barriga de tanquinho e movido a comida ( é... vocês me entenderam, no duplo sentido mesmooo) que caiu do céus da graça da internet para animar a frígida @JonesinhaBJ. Acho muito empolgante esse personagem. É a partir dele que ela cresce e meio que passa pelas fases até se ver de novo na posição que está. É anti-clichê esse relacionamento: MULHERES MAIS VELHAS PODEM SE RELACIONAR COM HOMENS MAIS NOVOS, tudo depende deles mesmos. Ponto Final.
PS: É meio que sedutor o nome de Bridget no twitter, se remete ao relacionamento dela com Daniel Cleaver( a única coisa que comento como ele é bom amigo e babá dos seus afilhados).
Terceiro: Filhos, ou será, PIOLHOS E VERMES?
Bill e Mabel são ótimas crianças, só que a mãe está meio desorientada, eu também me sentiria sem o Mark. E um ponto interessante o que autora nos fornece aqui. Mark não faz falta pelo fato de ser o patriarca da família, ele faz falta por ser quem ele foi, quem completou Bridget por quase 13 anos e pai daqueles filhos que nunca saberão ao certo a identidade pessoal e própria do pai. Gostei muito das partes que remetem a isso.
Nesse ponto se você não leu o livro, não leia mesmo! Não quero acabar com sua surpresa e capacidade de análise.
O Mr. Wallaker é o novo Fitzwillian do momento! Ele é bombadão, bonitão: estilo Daniel Graig, bronzeado( nem lembro disso, mas é minha visão dele) e sempre zoa com a cara da Bridget, sempre a faz parecer idiota.
No fim ele desempenha o mesmo papel do Darcy, confesso com menos glamour e mais direto.
E tem-se o impasse aqui, a verdadeira razão desse texto: como os estereótipos se repentem em três livros da Bridget.
Lembra-se que essa história foi inspirada em "Pride and Prejudice" de Jane Austen e que no primeiro da série a mãe de Bridget foge com Julian roubando todo o dinheiro reserva dela e do seu marido, Colin, e que é Mark que intercepta-os trazendo-os de volta à Inglaterra e conserta todas as merdas por Bridget? No segundo, Bridget fica preso na Tailândia (a cena dela cantando"Like a virgin" da Madonna ) e quem a salva? MARK!!!!
Nesse terceiro livro, o Mr. Wallaker representa toda a estabilidade que Bridget tinha com seu antigo marido, ele não a salva de maneira mundialmente conhecida e nem da vergonha dos comentários dos vizinhos e conhecidos: ele simplesmente ajuda-a nos momentos simples, dando um apoio que ela sente falta. Nunca ele será o legítimo amor de Bridget, mas chega perto.
Os três livros são semelhantes mas EU AMO ASSIM MESMO!
Acho que Bridget é cada e toda mulher ocidental. Mesmo que acho que não são todas que se envolvem múltiplas vezes com homens perfeitos ( a lei Maria da Penha comprova isso), ela representa o sexo feminino: não ridiculamente, nem loucamente. Simplesmente é uma mulher que tem a vida, tem ar nos pulmões apesar de ser feita de papel e tinta.
Realmente adorei,
Tamara Camilo.
Que análise ótima e divertida! Conseguir sentir sua empolgação daqui! hahaha' Muito bom!
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